SISTEMA DE GESTÃO TERRITORIAL DA ABAG/RP |
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Área de EstudoVegetaçãoCristina Aparecida Gonçalves Rodrigues
Pelo Inventário Florestal do Estado de São Paulo realizado pelo Instituto Florestal (IFSP, 2002) verificou-se que resta 13,7 % de cobertura vegetal nativa (34,6 mil km2), localizada principalmente, em áreas com pouca possibilidade de aproveitamento agrícola. Analisando alguns trabalhos realizados na região da ABAG de Ribeirão Preto (SILVA e SOARES, 2003; KOTCHETKOFF-HENRIQUES, 2003; PROGRAMA BIOTA/FAPESP, 2004) pode-se concluir que hoje, os fragmentos remanescentes estão sob freqüente perturbação e são de diferentes unidades fitogeográficas: Floresta Estacional Semidecidual; Floresta Paludosa, Floresta Estacional Decidual e fisionomias de Cerrados (Figura 1, Mapa Programa Biota/Fapesp). Kotchetkoff-Henriques (2003) em um levantamento da vegetação natural do município de Ribeirão Preto (651 km2) encontrou 102 remanescentes florestais (sendo 99 com vegetação natural correspondendo a 3,8% da área do município), enquadrados em quatro grupos de vegetação: Floresta Estacional Semidecidual (1,37%), Floresta Estacional Decidual (1,06%), Floresta Estacional Semidecidual com Influência Fluvial Permanente (Mata Paludícola – 0,64%) e Cerrado (0,83%), estando estes tipos vegetacionais estreitamente correlacionados com as características edáficas ocorrentes, respectivamente, em Latossolo Roxo, Litossolo, Solo Hidromórfico e Latossolo Vermelho Escuro ou Latossolo Vermelho Amarelo. A maioria dos fragmentos eram pequenos e isolados, sugerindo-se a criação de Áreas de Proteção Ambiental (APA), para potencializar as ações de conservação de muitos fragmentos situados em área de expansão urbana (expostos a maior pressão antrópica) e para conservação de fragmentos grandes e próximos entre si, que apresentam elevado valor de conservação na região sul do município, ao longo do Ribeirão da Onça. Figura 1: Mapa Interativo - Clique para zoom Mais detalhes no site Sinbiota
Tipos de VegetaçãoFloresta Estacional Semidecidual (IBGE, 1991): como o nome diz, este tipo de vegetação está condicionado a estacionalidade climática (verão chuvoso e inverno seco ou clima subtropical sem seca, mas com intenso frio, temperaturas médias abaixo de 15ºC) e pela queda das folhas durante o período seco, em 20 a 50% das árvores caducifólias da floresta. Na região da ABAG-RP esta vegetação aparece com formações: Aluvial (vegetação em zona ciliar com encharcamento temporário do solo); Submontana (na faixa de 50 a 500m entre 16º até 24º latitude S) e Montana (acima de 16º de latitude Sul entre 400 a 1500 m de altitude). Hoje, as pequenas extensões de florestas estacionais semidecíduas correspondem às Unidades de Conservação e a matas residuais em propriedades privadas. Floresta Estacional Decidual (IBGE, 1991): esta vegetação também está relacionada a estacionalidade com uma época chuvosa seguida de longo período de estiagem, com mais de 50% de árvores caducifólias na floresta. Este tipo de floresta aparece sobre solos litólicos (solos rasos) e as espécies apresentam adaptações fisiológicas e morfológicas, impingindo-as tolerância e/ou resistência à deficiência hídrica. Na região da ABAG-RP, aparece a formação Montana, nas encostas e topo de alguns morros nos limites da cuesta basáltica com o planalto ocidental. Floresta Paludosa (Floresta Higrófila): é um tipo de floresta que ocupa áreas com solo permanentemente encharcado com menor diversidade de espécies em relação às outras florestas. Na região da ABAG-RP ocorre em áreas com solos pouco drenados, principalmente. Savana (Cerrado): originalmente ocupava 14% da superfície total do Estado de SP, incluindo fitofisionomias variáveis desde campo limpo, avançando para campo sujo (savana gramíneo-lenhosa), campo cerrado (savana arborizada), cerrado sensu strictu até cerradão (savana florestada), com manchas dispersas no interior do planalto, sobretudo na margem oriental do planalto ocidental e na depressão interior (região da ABAG-RP), localizado nos solos mais pobres. Atualmente, pouco restou dessa cobertura vegetal original, menos de 1% em todo Estado (SMA, 2000). Os cerrados permaneceram preservados na região da ABAG-RP até por volta de 1960-70 quando foram substituídos pela cultura da cana-de-açúcar. Mas mesmo assim, a região possui a maior área remanescente preservada do Estado, que é a Estação Ecológica do Jataí, no Município de Luís Antônio (IFSP, 2002). A instituição do ICMS ecológico (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) nos estados que fazem parte da região do Cerrado, como o Estado de SP, tem incentivado a criação de áreas protegidas com planejamento ambiental e manejo sustentável dos sistemas produtivos da região. Mata Ciliar (Floresta Ripária): adensamento da vegetação localizada ao longo do curso dos rios, formando a mata que protege a margem dos rios da erosão e abriga os animais silvestres. O Código Florestal Brasileiro (Lei 4771 de 21 de agosto de 1965), determina que seja respeitada a vegetação ciliar em cada margem (metragem de 30 a mais de 200 metros, de acordo com a largura do rio). Mas sabe-se, que atualmente no Estado de SP, perto de um milhão de ha de áreas ciliares não possuem vegetação devido ao desmatamento principalmente, para uso agropastoril e que 120 mil km de cursos de água estão sem proteção, aumentando a erosão. Floresta Secundária (Capoeira): vegetação que surge após a destruição da cobertura vegetal primitiva (ação antrópica) para uso agrícola ou pecuário, e posterior abandono, obedecendo a uma sucessão natural, divido em fases de colonização. Assim, com a expansão da agricultura, as Florestas Estacionais Semideciduais da região da ABAG-RP foram sumindo, restando pequenos fragmentos na forma de capoeiras principalmente, ou como pequenas áreas residuais.
Mapeamento da Vegetação da ABAG-RPA área mapeada da vegetação toma 57 municípios de toda a região da ABAG-RP (Figura 2).
Figura 2: Vegetação natural remanescente e área de reflorestamento dos municípios da região da ABAG/RP Mapa Interativo - Clique para zoom Os principais tipos vegetacionais mapeados foram as Florestas Estacionais num total de 82 360,0 ha; o Cerrado com 71 377,7 ha; as Florestas Secundárias com 58 956,2 ha e a vegetação ripária com 380 987,0 ha (Tabela 1). Aqui a vegetação ripária é entendida como a vegetação na faixa ciliar, como a floresta não aluvial dos barrancos, a floresta sob condição aluvial, a floresta paludosa e muita área de campos úmidos.
Tabela 1: Municípios da região da ABAG-RP com seus principais tipos vegetacionais encontrados e mapeados (escala 1: 50.000).
A área reflorestada com eucalipto e/ou pinus tem aproximadamente 96.389,5 ha. As maiores áreas plantadas estão nos municípios de Altinópolis, São Simão e Santa Rita do Passa Quatro com mais de 10000 ha cada (Tabela 2). Tabela 2. Municípios da região da ABAG-RP com reflorestamentos (área em ha).
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Municípios | Unidades de Conservação (área em ha) e ecossistemas dominantes |
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Araraquara | Estação Experimental de Araraquara - UC E (143,3) - CerrParque Ecológico Pinheirinho - UC M (211,6) |
Batatais | Floresta Estadual de Batatais - UC E (1353,3) - FES |
Bebedouro (Monte Azul Paulista, taiúva e Pitangueiras) | Floresta Estadual de Bebedouro - UC E (99,4) - FES |
Cajuru (Altinópolis) | Floresta Estadual de Cajuru - UC E (1909,6) - FES |
Colina | Floresta Estadual de Avaré II – UC E (741,8 em Avaré I e II) - FES |
Franca | Jardim Zoobotânico de Franca - UC M (200) |
Ibitinga | APA de Ibitinga - UC E (64900) |
Luís Antônio | Estação Ecológica de Jataí - UC E (9074,6) - Cerr Estação Experimental de Luís Antônio - UC E (1725,3) – Cerr e FES |
Patrocínio Paulista | RPPN – Fazenda Santa Cecília - UC M (147) |
Pedregulho | Parque Estadual das Furnas do Bom Jesus - UC E (2069,1) – Cer e FES |
Ribeirão Preto | Estação Ecológica de Ribeirão Preto - UC E (154,2) – FES (urbana) APA do Morro São Bento - UC E (1,9) |
Santa Rita do Passa Quatro | Parque Estadual da Vassununga - UC E (1732,1) – Cerr e FES Estação Experimental de Santa Rita do Passa Quatro - UC E (96,3) – Cerr e FES |
São Carlos | Estação Ecológica de São Carlos - UC E (75,3) - FESParque Ecológico de São Carlos - UC M (72) |
São Simão | Estação Ecológica de Santa Maria - UC E (113,1) - FES Estação Experimental de Bento Quirino - UC E (416,4) - Cerr Estação Experimental de São Simão - UC E (2637,3) - Cerr e FES |
Fonte: adaptado IFSP (2002) e SMA (2000).
Conforme a ONG, SOS Mata Atlântica, há algumas áreas prioritárias para conservação, concentradas na região da ABAG-RP sob domínio da Mata Atlântica, como:
Orlândia - Morro Agudo
Barretos
Matão
FAPESP. Programa Biota. Disponível em: <http://sinbiota.cria.org.br/atlas>. Acesso em: 21 jan 2005.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE. 1991. Classificação da vegetação brasileira, adaptada a um sistema universal. Rio de Janeiro: 1991. 122 p.
INSTITUTO FLORESTAL. 2002. Secretaria do Meio Ambiente do Estado SP. Seção de Manejo e Inventário Florestal. São Paulo. Disponível em: <http://www.iflorestalsp.br>. Acesso em: 21 jan 2005.
KOTCHETKOFF-HENRIQUES, O. Caracterização da vegetação natural em Ribeirão Preto, SP: bases para conservação. Ribeirão Preto, 2003. 221 f. Tese (Doutorado em Bilogia Vegetal) - Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo.
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. 2000. Disponível em: <http://www.ibama.gov.br>. Acesso em: 21 jan 2005.
SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE DO ESTADO DE SÃO PAULO. 2000. Disponível em: <http://www.ambiente.sp.gov.br>. Acesso em: 21 jan 2005.
SILVA, L. A da; SOARES, J. J. Floristic composition of a mesophyllous semideciduous forest fragment, in São Carlos-SP. Revista Árvore. v.27, n.5, p.647-656, sept./oct. 2003.
SOS MATA ATLÂNTICA. 2003. Disponível em: <http://www.sosmatatlantica.org.br>. Acesso em: 21 jan 2005.
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